Ballerina Chega para Revolucionar | Violência em Movimentos de Dança
Balerina Caputina, bela e intensa, selvagem e ao mesmo tempo doce. Essa é Yvie Makaro, uma
personagem complexa e implacável. Vamos discutir esse filme que traz a talentosa Anna de
Armas no centro da trama.
Se você é fã da franquia John Wick, com certeza vai se identificar com Balerina, pois mantém a
mesma essência, ação implacável, estilo único e um mundo rico em detalhes. O filme respeita a
mitologia estabelecida, mas introduz uma nova protagonista, bem desenvolvida e que
completa a narrativa sem substituir o icônico John Wick.
A produção enfrentou desafios, já que o personagem de Keanu Reeves já está consolidado como o coração desse universo. No entanto, Balerina consegue expandir a lore, trazendo uma história que explica aspectos ainda não explorados. Anna de Armas interpreta uma assassina em busca de vingança pela
morte do pai, um enredo clássico mais eficaz. A conexão emocional funciona, assim como em
John Wick, onde a motivação era a perda do cachorro e do carro.
Aqui, a dor da protagonista é igualmente cativante. Anna de Armas brilha no papel,
demonstrando carisma, elegância e habilidade em cenas de ação. Sua performance é
convincente, desde o manejo de armas até a coreografia de lutas inspiradas em balé.
Ela não é uma Mary Sue, a personagem enfrenta dificuldades, aprende com seus erros e evolui
ao longo da trama. O treinamento intensivo que a atriz realizou é perceptível, assim como o
comprometimento de Keanu Reeves nos filmes anteriores. A direção sobre integrá-la ao
universo sem forçar uma substituição do Baba Yaga.
A narrativa equilibra a ação, criatividade e desenvolvimento de personagens. As sequências de
combate são coreografadas com precisão, incorporando movimentos graciosos que
remeteram a dança. A violência característica da franquia não é gratuita, cada golpe tem seu
peso e significado.
Valerina também evita os clichês de protagonista femininas, superpoderosas e sem explicação.
Eve Maccaro sofre, erra e precisa se adaptar, o que a torna mais humana e crível. Um dos
destaques é a participação especial de John Wick, que interage com a protagonista de forma
orgânica.
A cena em que eles se enfrentam é um presente para os fãs, mostrando a diferença de
experiência entre os dois. John Wick poderia tê-la matado várias vezes, mas escolhe poupá-la,
assumindo um papel quase de mentor. Isso reforça sua hierarquia no universo Wick, enquanto
Eve ainda está em ascensão.
A relação entre eles é de respeito e admiração, nunca de rivalidade forçada. O filme também
acerta ao não cair em ideologias modernas que prejudicariam a coerência do mundo criado. A
personagem feminina é forte, mas não é invencível.
Ela usa inteligência e estratégia, não apenas força bruta. Em uma cena memorável, sua
mentora aconselha, lute como uma garota, incentivando-a a explorar as fraquezas do
oponente. Essa abordagem torna as lutas mais dinâmicas e realistas, longe do exagero como
em outros filmes do gênero.
No quesito técnico, Ballerina mantém o padrão de qualidade da franquia, com fotografia
impecável e direção ágil. A única crítica relevante recai sobre a trilha sonora, que, apesar de
funcional, não alcança a grandiosidade dos filmes principais. As músicas da balada eletrônica
são marcantes, mas o restante soa genérico e pouco memorável.
Mesmo assim, esse é um detalhe menor diante de tantos acertos. Em conclusão, Ballerina é um
spin-off digno do universo de John Wick, entregando ação de alta qualidade, personagens bem
construídos e uma trama que respeita a mitologia original. Anna de Armas se consolida como
uma das grandes estrelas de filmes de ação e a franquia ganha novo fôlego.
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